Precisa-se de um amor…
Nada melhor que um amor
Para preencher o vazio de outro.
E que o recente seja mais forte
Do que aqueles que não foram.
De amores em amores
Vou rendendo minha colcha…
Minha colcha de retalhos.
Uma lembrança daqui…
Outra lembrança de lá…
E assim vai crescendo o desespero.
Precisa-se de linha.
Mas a linha que tenho é pouca…
Menor do que preciso.
De amores em amores
Vou rendendo minha colcha…
Minha colcha de retalhos.
Não sei se sou fraco no amor,
Ou se minha linha é imprecisa.
Decerto necessito terminar minha obra-prima.
Todavia, acho que tecerei o fio do universo
E cobrirei, com minha colcha, o mundo;
Pois essa é a matéria-prima de meu agasalho…
A total exigência nos detalhes.
E não há nada melhor que…
Um amor após outro amor;
Pois a linha estica,
Enquanto os retalhos aparecem.
Então te pergunto:
Desejas ser o ponto final de minha colcha?
Ou serás um detalhe guardado no tear da memória?
Bem… Não importas,
Desde que me ajudes a cobrir o mundo.