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Não fizemos nada…
Mas nossas almas se encontram…
Em total constrangimento.
Olhávamos de lado,
Aguardando e aproveitando…
A pureza do vão momento.

Todavia, não fizemos nada…
Nada daquilo que pudéssemos nos envergonhar…
Nada daquilo que pudéssemos nos constranger…
Recebemos as chaves do cárcere,
A permissão de transitar…
O direito natural de ir e vir.

Logo, o presídio não existe;
Pois temos suas chaves…
Conhecemos seus cômodos e suas portas.
A casa deixou de ser uma prisão…
Tornando-se o centro de nossas vidas,
O útero materno de nosso lar.

Só devemos nos envergonhar daquilo que é errado…
Só devemos nos arrepender daquilo que foi feito.
Então, vamos retirar as mordaças…
E o peso de nossos grilhões…
Ou mantê-los em nossas almas
Como tributo e respeito à nossa afetividade.

Afinal…
Prendo-me a ti por amor.
Prendo-me a ti por vontade.
Prendo-me a ti por orgulho.
Prendo-me a ti por respeito.
Devo-me concluir então (…)
Que não estou encarcerado.
Mas, se aos olhos do mundo…
Não existe a coragem,
Prendo-me a ti, assim,
Por grilhões de afetividade.

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